quarta-feira, 25 de março de 2009

O que sei




O que fazer
- não sei -
O que sei
São passagens
Paragens
Desígnios(?)
- ainda não sei -
O que resta?
Não calculo
Não somo
Nem divido
- não fantasio -
Apenas sei.
E sigo:
É o meu caminho
- não desisto -

Maria Lucia de Almeida

terça-feira, 24 de março de 2009

Tantos...




Só queira entender
Tantas falas
E soltas palavras
E conflitos...
Tanta dor que vem depois
De falsas despedidas.
Da força que fazemos
E tantos esforços
Para dias perdidos em desarmonia.
Tantas guerras sobre nós temos feito
E a vida questionada tão a fundo,
Numa busca incessante pelo avesso.
É sofrimento escondido nas entrelinhas,
É guerra sem armas e sem propósitos,
Sem ganhadores ou vencidos.
Tantos semelhantes...
Náufragos e perdidos
Numa mesma ilha...
Uma só saída.
                                                                 
Maria Lucia de Almeida

sexta-feira, 20 de março de 2009

Outono

No Outono
Sol e chuva
Se misturam.
Entre o verde
E as folhas maduras.
Época de harmonizar as diferenças.
Entre todas as coisas
Ceder e superar.
Preparar o solo
Preparar a alma
Para que novas sementes
Revitalizem o nosso lugar.

Maria Lúcia de Almeida

sexta-feira, 13 de março de 2009

Doce Porto



"Terei o doce porto , após todos esses desanimadores
desvios de rota e todos esses vaivéns para cá e para lá?
O porto onde minha alma enfim descansada, num sólido molhe
junto ao farol giratório, contemplará o mar."

André Gide

quarta-feira, 11 de março de 2009

Por um pouco de paz




E o que queria se assim não fosse
Sonhos perfeitos jamais existiram
Minhas escolhas superaram a tarefa
De um dia existir sem conflito.
Mas o que vejo
São folhas mortas
Pensamentos vazios
Coração sem pulso
- Por que mutilastes teus passos? -
- Por que não seguistes teus ritos? -
- E agora, o que fazes? -
Dobro as esquinas
Atravesso os sinais
Atiro-me ao vento
E respiro.

Maria Lucia de Almeida