quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Pandemia

Sempre que penso nos anos de 2020 / 2021, penso num  filme de ficção científica: “ Em uma galáxia, muito, muito distante...”, imagino-me vivendo em um futuro próspero, em carros voadores, casas flutuantes, robôs e viagens pelo espaço sideral.
No entanto, ao contrário do que penso ou imagino, a nossa realidade nesses anos é bem outra, pois na era  em que a humanidade se encontra imersa em uma cultura digital, eis que surge um vírus, vindo lá da China, que acaba por nos isolar em nossas casas. E fecha escolas , restaurantes, bares, bancos, academias de ginástica, salas de espetáculos e o comércio. Um vírus que chega nos causando grandes perdas, não só de entes queridos e conhecidos, mas perdas em geral, de espaço, de tempo, de planos e de certezas.
A pandemia do corona vírus não só isolou as pessoas em suas casas, mas também fechou as fronteiras entre países. E, numa época em que impera  o individualismo, o egocentrismo, surge um vírus que nos faz pensar e repensar a realidade.  Um vírus que nos deixa com uma profunda sensação de solidão, enquanto  nos mostra o quanto precisamos uns dos outros e que,  querendo ou não, somos e fazemos parte de um todo, um todo que precisa ser salvo.
A pandemia do corona vírus tem nos feito encarar a realidade e concluir que é impossível continuarmos seguindo o mundo da mesma forma.  Precisaremos antes de mais nada da cooperação em escala global. Teremos que sair do isolamento e do individualismo para um sentimento forte de coletividade. A educação deverá ser voltada e orientada para a solidariedade e a cooperação. Haverá, mais do que nunca, a necessidade de uma nova consciência voltada, principalmente, para a criação de um escudo universal que proteja e imuniza todos os membros da comunidade humana.
O fato é que estamos sendo forçados a perceber que um vírus, apesar de microscópio, pode ser maior do que todos nós, e que no futuro precisaremos nos adaptar de forma rápida a uma nova realidade, pois o mundo de antes, o mundo individualista dos interesses mesquinhos  e do ‘salve-se quem puder’, felizmente, jamais retornará. 

Maria Lúcia de Almeida