quarta-feira, 16 de julho de 2025

Os últimos anos


Há uma delicadeza serena em viver os últimos anos. Como o entardecer que se estende dourado, a vida se torna mais silêncio do que pressa, mais presença do que planos. 

Cada manhã é um presente embrulhado em luz,cada lembrança, um jardim secreto onde se pode repousar.

Já não é preciso correr, nem provar, nem vencer.  Agora é tempo de sentir:  o vento, a chuva, o riso, o afeto.

Viver os últimos anos é arte sutil: é saber despedir-se devagar, com gratidão nos olhos e o coração aberto feito céu de outono.

Porque mesmo no fim, há começo: no gesto simples, no olhar sereno, no amor que permanece.

Maria Lucia de Almeida.

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