Escrever livremente é experimentar um momento de doçura que a gente em silêncio transforma em palavras. Momento profundamente singular e magicamente passível de concretude - expresso e desvendado - da nossa poesia oculta.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Trégua
Leve como uma flor, fácil
Sem se assustar:
Estica, estica bem o corpo
E recebe o impacto.
Demais vozes...as demais
Baque quase irreconhecível
Cutuca...
Na veia, a vida pura.
Não há mais espaço
Está por demais acomodada
E sabe, não adianta
Então, não adianta falar.
Presa em mar de significados
Sem meias desculpas
Conseqüente...
Arranca das tripas, coração.
De repente seu fruto, mais doce
Movimento real, lucidez
Frente ao horizonte
Grita ainda viva, a flor.
Apalpa o vácuo
Mistura-se ao espaço
Intensifica...
Que seja ela própria, silêncio.
Maria Lucia de Almeida
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