Por que será que precisamos de tantos significados, explicações, rótulos, conclusões e detalhamentos?
Qual a grande necessidade de estarmos sempre nos explicando, batizando todas as coisas, concluindo se é assim ou assado. Criando atalhos e justificativas, buscando lógica e razão, queremos segurar o mundo através de nossas cabeças, acumulando informações e conceitos.
Entender, em certo sentido, é também fragmentar, dividir, analisar. Em nossa ansiedade por entendimento acabamos por reduzir a vida à dimensões já conhecidas, para em seguida cairmos no tédio e no desinteresse. Quando crianças, o mundo é sempre mágico e somos a pura expressividade. À medida que amadurecemos e aprendemos que a vida é assunto muito sério, esquecemos de brincar, de sentir e de apenas emocionarmos.
Tudo isso me ocorre a propósito de uma viagem de férias que fiz a um lugar paradisíaco chamado Dunas de Itaúnas. Um pequeno vilarejo que fica ao norte do Espírito Santo e que nos anos 50, devido ao lençol arenoso soprado pelos ventos nordeste, foi totalmente soterrado. A vila, como que brotando das cinzas, renasceu nos anos 70 ao lado do rio Itaúnas. Do outro lado, próximo ao mar de um azul profundo, edificaram-se maravilhosas dunas de até 30 m de altura de areia dourada e finíssima onde o sol celebra sua existência derramando lindos raios.
Do alto das dunas é possível ver a praia de um lado e o rio de outro, e o lugar atrai turistas de todos os cantos do mundo que, ao chegarem em Itaúnas, ficam fascinados pela manifestação do sol na hora do crepúsculo. Nessa hora, por alguns minutos, o céu é encoberto por raios e luzes multicoloridas formando um gigantesco arco-íris. E a vila, como que refletindo as cores do céu, nos dá a impressão do mais belo paraíso já retratado numa tela de Monet.
Foi durante esse belíssimo espetáculo, raro momento em que me permiti ir além dos limites do conhecido em busca dos mistérios do Sagrado e com a alma embriagada por tanta beleza, acreditando que nada existe que não tenha forma antes inventada pela natureza, que escuto, por acaso, a expressão de um pequeno coadjuvante da mãe-natureza. Uma criança no colo de sua mãe que, naquele momento, tornou-se símbolo do reencontro com a minha própria emoção ao exclamar:
- Que lindo, mamãe! Quem pintou?
Qual a grande necessidade de estarmos sempre nos explicando, batizando todas as coisas, concluindo se é assim ou assado. Criando atalhos e justificativas, buscando lógica e razão, queremos segurar o mundo através de nossas cabeças, acumulando informações e conceitos.
Entender, em certo sentido, é também fragmentar, dividir, analisar. Em nossa ansiedade por entendimento acabamos por reduzir a vida à dimensões já conhecidas, para em seguida cairmos no tédio e no desinteresse. Quando crianças, o mundo é sempre mágico e somos a pura expressividade. À medida que amadurecemos e aprendemos que a vida é assunto muito sério, esquecemos de brincar, de sentir e de apenas emocionarmos.
Tudo isso me ocorre a propósito de uma viagem de férias que fiz a um lugar paradisíaco chamado Dunas de Itaúnas. Um pequeno vilarejo que fica ao norte do Espírito Santo e que nos anos 50, devido ao lençol arenoso soprado pelos ventos nordeste, foi totalmente soterrado. A vila, como que brotando das cinzas, renasceu nos anos 70 ao lado do rio Itaúnas. Do outro lado, próximo ao mar de um azul profundo, edificaram-se maravilhosas dunas de até 30 m de altura de areia dourada e finíssima onde o sol celebra sua existência derramando lindos raios.
Do alto das dunas é possível ver a praia de um lado e o rio de outro, e o lugar atrai turistas de todos os cantos do mundo que, ao chegarem em Itaúnas, ficam fascinados pela manifestação do sol na hora do crepúsculo. Nessa hora, por alguns minutos, o céu é encoberto por raios e luzes multicoloridas formando um gigantesco arco-íris. E a vila, como que refletindo as cores do céu, nos dá a impressão do mais belo paraíso já retratado numa tela de Monet.
Foi durante esse belíssimo espetáculo, raro momento em que me permiti ir além dos limites do conhecido em busca dos mistérios do Sagrado e com a alma embriagada por tanta beleza, acreditando que nada existe que não tenha forma antes inventada pela natureza, que escuto, por acaso, a expressão de um pequeno coadjuvante da mãe-natureza. Uma criança no colo de sua mãe que, naquele momento, tornou-se símbolo do reencontro com a minha própria emoção ao exclamar:
- Que lindo, mamãe! Quem pintou?
Maria Lucia de Almeida
Um comentário:
o encantamento , o espanto leva-nos a uscar o entendimento, linda crônica querida Maria Lucia , compartillhar olhares e sentimentos contigo no Discutindo Literatura e nos demais espaços tem sido uma experiência enriquecedora
abraços afetuosos e gratos ,
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