Parado
no centro do quarto
- ardendo como lume -
o anjo invade meus sentidos.
Espalhando sussurros
- a visão pura e translúcida
de tão delicada criatura -
perscruta segredos,
tormentos, costumes.
Qual o segredo anjo,
se já não durmo,
impunemente desfeita,
devorada aos pedaços,
sob tuas formas de sonho?
Na penumbra da tarde
- sob os desígnios da espera -
resta o saber:
Que ele - antes de mim -
sabia todos os delírios,
as mortes e o fim.
Maria Lúcia de Almeida
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