sábado, 21 de setembro de 2013

Sem resposta



Já não há respostas,
Sobram.
De todas as palavras possíveis
Juntam-se  as que menos fazem sentido.
A cidade passa por mim
 E como um fantasma,
Permaneço.
Atravesso paredes
Vejo os dramas, os amores desfeitos
A fome, a miséria, o desespero.
E me deixo ficar,
Existindo.
Fecho os olhos
 E vejo tudo em câmara lenta:
O passado, o futuro
Nós dois juntos
Desde o começo.
Concluo:
Sem você não há lua
Nem as árvores crescem
Nem os dias amanhecem
Por entre as sombras da rua.
Despeço-me.
Já não importa o que queria dizer.
Impresso na memória
Ficará sem efeito
O poema  que nunca
Vou conseguir escrever.

Maria Lúcia de Almeida



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