Já não há respostas,
Sobram.
De todas as palavras possíveis
Juntam-se as que menos fazem sentido.
A cidade passa por mim
E como um fantasma,
Permaneço.
Atravesso paredes
Vejo os dramas, os amores desfeitos
A fome, a miséria, o desespero.
E me deixo ficar,
Existindo.
Fecho os olhos
E vejo tudo em câmara lenta:
O passado, o futuro
Nós dois juntos
Desde o começo.
Concluo:
Sem você não há lua
Nem as árvores crescem
Nem os dias amanhecem
Por entre as sombras da rua.
Despeço-me.
Já não importa o que queria dizer.
Impresso na memória
Ficará sem efeito
O poema que nunca
Vou conseguir escrever.
Maria Lúcia de Almeida
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