terça-feira, 24 de setembro de 2013

Gente como a gente





E nos centros das cidades
(Nos) encontramos...
Na velhinha tristemente maquiada
Na solidão do garoto que chora
Na mosca pousada no canudo do refresco
Na expressão de dor do vendedor ambulante
No cheiro nauseante de urina em cada esquina
Nas enormes filas dos pontos de ônibus
Na triste velhice do pedinte
No homem que oferece o empréstimo 'da hora da fome'
No lamento do crente, e nas palavras do poeta
- Deus, ó Deus, ondes estás que não respondes? -
Na desolação dos desempregados nos bancos da praça
Na pressa do trabalha(dor) que segue seu caminho
Na tentativa de viver e de vencer...
Somos apenas gente.

Maria Lúcia de Almeida


2 comentários:

helentry disse...

E é somente com esse olhar sensível de poeta que a poesia dolorida se fez. Parabéns, querida!
Ofereça-nos mais vezes esse presente:sua poesia.
Beijos,
Elô

Maria Lúcia de Almeida disse...

Obrigada (sempre) por seu carinho e sua amizade, Elô.
Vamos continuar com este olhar ao próximo, este olhar "sensível e com a poesia dolorida" do poeta, e que ainda nos salva dos "facebooks" da vida.
Beijo grande.